PROBLEMA QUE PARECE ETERNO E SUAS COMPLICAÇÕES

Pode parecer “suíte”, como se afirma no meio jornalístico, quando se dá continuidade a um tema. Os mais antigos também usam o termo “pegar no pé”. Mas a realidade é que am-se os dias e o problema se repete tantas vezes e de tão variadas maneiras, que não há como deixá-lo de lado quando se quer praticar jornalismo comprometido com a comunidade. Nesta semana, mais uma vez, chegaram à redação imagens e reclamações relacionadas à quantidade de andarilhos que circulam pelos nossos espaços públicos. Desta feita, até parece “fotografia montada”, dada à naturalidade com que se comportam meia dúzia de andarilhos acampados na Praça Luiz Ribeiro, entre Av. Getúlio Vargas e Rua Silva Jardim, em dois canteiros pequenos. Os andarilhos flagrados na imagem parecem posar para a fotografia. Estão deitados, sentados, curtindo o momento, como se estivessem na sala de casa. E tudo muito próximo do fluxo de veículos, que é muito intenso no local. E não é uma crítica preconceituosa a proposta desta abordagem, visto que a situação demonstra a completa falta de políticas públicas para lidar com a questão, o que leva as pessoas em situação de rua até mesmo ao acomodamento a esta situação degradante a que são levados. Os menos culpados, diga-se, são eles, os andarilhos, vítimas de uma situação a que são levados pela falta de políticas capazes de oferecer-lhes as mais mínimas condições de subsistência. A falta de políticas por parte dos poderes públicos, a inércia da sociedade em cobrar ações efetivas dos poderes, complementada pela ação de outros que se colocam como doadores de esmola em dinheiro, talvez para se livrar de pesos de consciência, só ajudam a perpetuar a situação, que parece eterna. Resta-nos a repetição do tema, com a renovação das críticas e a manutenção do questionamento: até quando?