IR - Itaunenses só doam 5,4% do que poderiam
Com capacidade de destinar mais de R$ 4,9 milhões a entidades beneficentes, valor não chegou a R$ 268 mil em 2024

A FOLHA teve o a um relatório detalhado sobre os números referentes às doações feitas nas declarações do Imposto de Renda dos itaunenses aos fundos de Crianças e Adolescentes e da Pessoa Idosa em 2024. Conforme os dados da Receita Estadual, o potencial desse tipo de doação dos itaunenses era de R$ 4.953.751,91. Porém, até o fechamento do relatório, ocorrido em agosto do ano ado (não foram contabilizados os dados de setembro a dezembro), o total doado foi de R$ 267.832,17.
E quando esses dados se referem ao número de contribuintes em condições de doar, a distância é ainda maior. Dos 7.365 contribuintes que poderiam fazer doações a esses fundos, em 2024, apenas 168 – ou seja, 2,2% do total – o fizeram. Assim, uma fortuna de R$ 4.6 milhões, que poderia ser destinada a esses fundos, não foi utilizada. Isso representa mais de 17 vezes o montante que foi doado. Os dados podem ser conferidos no seguinte link: https://servicos.receita.fazenda.gov.br/publico/EstatisticaIRPF/doacoesDIRPF_MG_2024.HTML.
O que falta para aumentar a arrecadação?
Anualmente a Prefeitura divulga chamadas para a doação, com repercussão na mídia. Os anúncios são pouco criativos, com a repetição de normas e regras constantes da legislação pertinente ao caso. Já ocorreram encontros, reuniões com profissionais da área da contabilidade para “esclarecer” como se faz a doação etc.
Especialistas afirmam que “é preciso ir além, colocar mais criatividade nas campanhas”, como disse um publicitário à reportagem. Afinal, são R$ 4,6 milhões que poderiam ser destinados ao Asilo, ao Santa Mônica/APAE... é muito dinheiro que não está sendo bem aproveitado. Por parte dos órgãos oficiais e também das entidades, vale a pena investir mais, criar meios de conseguir sensibilizar a população para fazer esta doação.
Os valores que não são doados fazem parte de pagamentos que são feitos ao governo, por meio do Imposto de Renda. “É um dinheiro que sai daqui e vai para o ‘bolo geral’ e que poderia ficar aqui. Afinal, seria mais bem empregado no cuidado dos nossos idosos e crianças e adolescentes do que custeando despesas da estrutura nacional”.